15 de setembro de 2014

My pussy é o poder.



Em nenhum momento da minha curta e tediosa vida eu parei por algum momento e disse com todas as letras “eu sou feminista”. Nunca me vi como uma feminista ativa e muito menos passiva, sempre tive uma visão bem clara sobre quem eu era: uma menina que não aceitava essa divisão entre coisas de meninos e coisas de meninas. Eu queria fazer coisas que fossem legais, independente se fosse brincar de boneca ou de bola.

Cresci com três irmãos e sempre invejei a liberdade que é dada aos garotos. Eles podem fazer de tudo: jogar bola, empinar pipa, ficar na rua o dia inteiro, andar sem camisa dos dias de muito calor.

Já as meninas tinham que brincar de casinha, comidinha, de ser mamãe... Só situações que remetem ao nosso “futuro’: ser uma dona de casa e mãe dedicada. Mas eu não queria aquilo. Claro que eu amava minhas bonecas bebê, fazer comidinha e sonhava em ter a casa da Barbie, mas eu também queria jogar bola sem que ninguém me chamasse de Maria Macho.

O começo da minha adolescência foi a parte mais difícil, pois eu andava muito com os garotos, não me preocupava nem um pouco com a minha aparência e o pior: eu usava muito o humor. Existe alguma regra idiota que ninguém nunca falou, mas que muitas pessoas seguem: meninas bonitas e interessantes não são engraçadas. Isso não é papo furado, tanto que no começo do humor aqui no Brasil mulher só podia ser comediante se fosse feia. Humor não era algo digno para as bonitas.

Eu era a menina que falava muito, que ria alto, contava piadas sujas, falava palavrões sem nenhum problema e que achava uma besteira essa papo de tabu. Eu fazia aquilo que eu queria a achava que não ia prejudicar a minha nem a vida de ninguém. Eu só queria ter aquela liberdade que os meninos tinham e achava que as outras meninas não faziam aquilo porque eram preguiçosas para se impor ou porque não queriam mesmo, mas essa era uma opção delas. Eu já tinha feito a minha. Eu acreditava na igualdade de sexo, mesmo nem sabendo direito sobre isso, mas minha visão foi mudando ao decorrer dos anos.

Fui ficando mais velha e fui descobrindo que nós mulheres somos culpadas por várias coisas e que temos que seguir malditas regras que não fazem o mínimo sentido, para que no final de tudo sejamos as mulheres feitas para casar.

Fomos criadas para sermos machistas, nossas mães nos ensinaram que devemos nos vestir apropriadamente, devemos ter certa postura e se eu não seguir essa doutrina, todo o tipo de violência, tanto verbal como física, a única culpada será a mulher que vestiu uma saia mais curta. 
Vai tomar no cu você e suas regras.

Eu não vou seguir nenhuma doutrina baseada em conceitos machistas e muito menos no que um bando de feministas que dizem que eu não devo me depilar ou como devo agir com o meu corpo. 



Eu ouço e passa por situações embaraçosas todos os dias pelo simples fato de ter nascido com uma vagina, mas isso não me faz fraca, pois eu não sou o sexo frágil. O que eu tenho no meio das minhas pernas me faz ser forte e não vai ser ninguém e nada que vai me fazer baixar a cabeça.


Vou continuar vestindo as roupas que eu quero, sendo elas mais “masculinas” ou “provocativas”, vou continuar sentando com as pernas abertas, vou falar palavrões, discutir sobre futebol e não deixar nenhum cara crescer para cima de mim e achar que pode me tratar do jeito que quer.
Eu não sou uma propriedade, eu sou a porra de uma mulher que merece todo o respeito, pois minha pussy é o poder! 

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