15 de julho de 2014

Afinal, o que é ser anti-social?


O texto a seguir eu já tinha postado no meu antigo blog, o Young Amilia, mas percebi que esse foi um dos assuntos que tive mais retorno, por isso resolvi criar uma série de posts onde vou tentar descrever para vocês como o antissocialismo age na minha vida, no que ele me afeta, se me ajuda em algo, como é minha relação com a minha família, amigos e coisas assim.

Pensando nisso, resolvi usar esse texto como uma introdução, puxando para uma possível discussão sobre esse assunto que muitos acham que sabem, mas que na verdade tem pouco conhecimento.

Sendo assim, pergunto mais uma vez: Que diabos é ser anti-social?

Ouço muito essa palavra desde o começo da minha adolescência, pois ao contrário dos demais eu não achava divertido ir para festas, onde ia ter bebidas alcoólicas, música – não tão boa – no último volume e ficar rodeada de pessoas estranhas que nunca vi na minha vida.

Sou uma pessoa que fala bastante, chego a não saber a hora de me calar, mas isso só acontece quando estou com meus amigos ou com pessoas que eu sei que temos algo em comum, porém fico extremamente quieta e reservada quando saiu da minha “zona de conforto” e quando sou obrigada a interagir com essas pessoas eu simplesmente mudo, não sinto interesse em criar algum vínculo ou muito menos puxar um assunto.

Sou anti-social mesmo. Acho que o mundo esta a cada dia mais cheio de pessoas idiotas e sem conteúdo. Prefiro meus livros, discos e minha meia dúzia de velhos amigos.

Mas que diabos é ser anti-social?

Pesquisei sobre o assunto e descobri que são pessoas que não são tímidas, apenas não gostam de outras pessoas de cara, costumando enxergar primeiro os defeitos, para depois de muito tempo assumir que essa pessoa pode ter alguma qualidade. Normalmente o anti-social se acha melhor que os outros, boa demais para se misturar com qualquer um, por isso a dificuldade de puxar um assunto, pois o seu pré-conceito já estabeleceu uma ficha para aquela pessoa.

Um exemplo? Vou descrever o que eu acho da grande maioria das pessoas da minha faculdade.

“A grande maioria é idiota, um bando de filho de papai que acha que o mundo vira em torno de festas e bebidas. Comportam-se como se estivessem na oitava série, não conseguem manter uma conversa inteligente nem por cinco minutos. Quantos livros eles já devem ter lido em suas vidas? Af, sem contar aqueles que se acham inteligentes demais, mas na verdade são apenas pessoas esforçadas, que são chatas em todos os sentidos: falam coisas chatas, lêem livros chatos, fazem programas tediosos e se acham a última bolacha do pacote. Como posso querer falar com alguém assim?”

É assim que eu penso na maioria das vezes quando o assunto são as pessoas e se vale a pena adicioná-la em minha vida. Não é algo que eu me orgulhe, na verdade era algo que eu gostaria de entender mais.

Mas ser anti-social não é uma doença ou um estado emocional... Talvez seja apenas um estilo de vida. É minha opção não ir para lugares muito cheios, eu não desaprendi como se faz amizades, apenas escolho muito bem quem eu quero que participe do meu cotidiano, da minha vida. É apenas uma preguiça, uma constante mudança de humor, aquele dia que você não cumprimenta aquele desconhecido, pois ele simplesmente não parece ser interessante.

Ser anti-social não é sinônimo de ser chato, louco, arrogante, metido. Apenas acho que não é interessante ter milhares de “amigos”, viver em festas, beber até não lembrar o meu nome, ir para a balada e pegar caras quais os nomes nunca vou lembrar, chegar a minha casa de manhã e dormir o dia inteiro.

Gosto do silêncio e de como ele me ajudar a escrever, ler, ouvir melhor meus discos, a pensar. Também aprecio o silêncio quando estou com meus amigos, pois sem que aquele não é um momento constrangedor, apenas não precisamos mais nos comunicar com palavras.

Mas o barulho também me fascina, talvez seja uma relação de amor e ódio, então opto por me rodear desses barulhos com pessoas que gosto.

Isso é um pouco confuso, mas quem não é?   

12 comentários:

  1. Em alguns quesitos me encaixo no conceito de anti-social. Mas a grande questão é realmente sermos nós mesmo e assumirmos o que gostamos e preferimos, sem menosprezar as outras pessoas. Tendo realmente bom senso. A diferença é ensinada e acabamos querendo ou não ensinando essa "diferença". Cada pessoa é única e devemos respeitar e ver não só o exterior e sim o interior também. Cada um tem um jeito, uma essência e isso é muito bom.
    E não tem nada de mais ser anti-social.
    Gostei muito do seu texto e de seu blog, continuarei visitando.
    Beijos
    http://desconstruindoocaos.blogspot.com.br/

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  2. Além de ser minha xará compartilhamos de uma personalidade anti-social e ideologias de vida idênticas! haha acho que vou até salvar seu texto nos favoritos para leituras futuras. Teve uma época em que eu me achava meio estranha mas acabei aceitando esse meu estado introvertido de viver. Não é algo legal, mas tenho muito disso de só ver defeitos antes ou me achar boa demais para me misturar, isso não é lá muito legal e eu reconheço, mas as pessoas também não ajudam hehe Eu também já pesquisei bastante sobre pra entender - e talvez me entender também. Sociofóbica, anti-social, misantropo ou antiquada, sou tudo isso se alguém perguntar.
    Como eu digo quando minha irma fala da minha cara emburrada quando estou em público:é só minha natural cara de grumpy cat . Pra falar a verdade, eu devo ter uma síndrome de Grumpy Cat também.
    Falei demais... ;)

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    1. Momento super gêmeos ativar: forma de grumpy cat e grumpy wolf (é, eu curto lobos hahah) HAUAHUAHAU
      Ser anti-social é um saco, principalmente quando se é jovem, universitário e ter uma família grande. Eu sempre saiu e digo que vou me divertir, mas a realidade é que eu me sento e minha única alegria é comer e observar as pessoas. Eu quero mudar, mas isso de ficar na minha e não falar com ninguém é bem maior do que minha vontade ):

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  3. Oi! Acabei de conhecer seu blog através do "Meios Dias Gastos" e adorei!

    Amei seu jeito de escrever. ♥

    www.normalidadeincomum.com.br
    www.youtube.com/normalidadeincomum/videos

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  4. Não sei se você também sente-se assim mas eu por várias vezes me sinto entediada quando observo as pessoas. Gosto de observar, no ônibus, no caminho apé pra casa, na padaria. Mas muitas vezes e me decepciono com o que vejo e penso em o quanto eu faço parte de uma minoria.
    Coisas fúteis me cansam mas quando eu paro pra analisar melhor acabo percebendo que eu também posso ser fútil em boa parte do meu tempo... É algo em que eu pretendo trabalhar e melhorar.

    tofalandoisa.blogspot.com.br

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    1. Se tem algo que eu faço muito é observar as pessoas, sempre acabo vendo cada coisa constrangedora/estranha HAUAHAU Engraçado, que muitas vezes se comportam de um jeito quando acham que ninguém está vendo, mas quando estão rodeadas de pessoas se tornam umas babacas. Isso é triste ):

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  5. Amo seus textos e como eles me fazem ver certas coisas de um ponto de vista diferente. Não gosto de ir para baladas, beber, na verdade não me sinto a vontade nem comendo em restaurantes com outras pessoas. Mas não me considero anti-social de forma alguma. Não acho o resto do mundo idiota, aliás, tenho o hábito não muito saudável de achar que todos ao meu redor são melhores do que eu. Eu costumava ser um pouco arrogante, agir com superioridade, mas nada daquilo me fazia sentir mais inteligente ou mais bonita, então passei a procurar qualidades em cada pessoa p/ evitar que eu agisse assim. Mas ainda assim me identifiquei MUITO no que você disse sobre as pessoas da sua faculdade. Eu tento ver o melhor das pessoas da minha turma mas não consigo negar que eles são um bando de idiotas. haha Talvez a gente até ache um momento a mais para falar dessas pessoas e liberar um pouco nossa indignação. kk

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    1. Obrigada, Raquel, seus comentários sempre são lindos <33
      Eu já sou ao contrário, eu sempre espero o pior das pessoas, não consigo pensar positivo. Na verdade quando admiro alguém já ficou esperando algum pobre, talvez seja por isso que eu não idolatre ninguém, nem nada. Queria mudar isso, mas tem horas que eu não quero, é meio como meu escudo nesse mundo estranho que vivemos.

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  6. Identifico um pouco com essa questão de ser anti-social, sou rotulada assim por muitos amigos e conhecidos, mas no meu caso eu também tenho o lado tímida que acaba influenciando bastante. Gostei muito do texto ( e do blog!).

    Beijo,
    Naty.

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    1. Muitas pessoas confundem os dois, ser tímido e anti-social é totalmente diferente. Acho que se o assunto fosse mais discutido, talvez as pessoas entendessem melhor diferenciar.

      Ah, Natália que bom saber que você gostou do blog, eu sou muito fã do seu <33

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